quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Sua arte não deveria ser interrompida pela vontade dos outros, assim como ela está sendo agora.

As pessoas ultimamente estão muito inseguras. Dependentes dos artifícios que as fazem voltar atrás nas decisões. Não começam a escrever se não for de lápis. Não começam a escrever se não tiverem uma maldita borracha na mão.
Não estou querendo dizer que é errado ser precavido, mas é que às vezes o botão de backspace fica perto demais dos nossos dedos... Eu mesmo, enquanto digitava esse texto, usei-o algumas dezenas de vezes. Na verdade, se você parar pra pensar, é um dos botões mais utilizados do teclado. A construção está ficando menos frequente que a destruição.
Então eu comecei a reparar que, se não houvesse a opção de voltar atrás nas coisas, talvez não faríamos tanto isso. Um texto escrito na máquina de escrever possui pouquíssimas marcas de erro no papel. Começamos a errar muito a partir do momento em que nos foi dado uma ferramenta prática que nos permite errar e consertar esse erro de uma maneira super banal.
Essa necessidade de segurança, esse medo de arriscar, que tá quase intrínseco nessa geração, parece atingir diretamente nossa personalidade. Resultado: Estamos em uma geração de inseguros, de perfeccionistas, de volúveis, de arrependidos, de estressados, de moldáveis à opinião alheia. Somos pessoas sem criatividade, sem personalidade, sem complacência e não sabemos nos virar. Nosso superego tá enorme! E eu me incluo nesse joio! Essa nova "ferramenta" social, com moderação, pode ser útil e boa, mas seu abuso é uma algema.