As pessoas ultimamente estão muito inseguras. Dependentes dos artifícios que as fazem voltar atrás nas decisões. Não começam a escrever se não for de lápis. Não começam a escrever se não tiverem uma maldita borracha na mão.
Não estou querendo dizer que é errado ser precavido, mas é que às vezes o botão de backspace fica perto demais dos nossos dedos... Eu mesmo, enquanto digitava esse texto, usei-o algumas dezenas de vezes. Na verdade, se você parar pra pensar, é um dos botões mais utilizados do teclado. A construção está ficando menos frequente que a destruição.
Então eu comecei a reparar que, se não houvesse a opção de voltar atrás nas coisas, talvez não faríamos tanto isso. Um texto escrito na máquina de escrever possui pouquíssimas marcas de erro no papel. Começamos a errar muito a partir do momento em que nos foi dado uma ferramenta prática que nos permite errar e consertar esse erro de uma maneira super banal.
Essa necessidade de segurança, esse medo de arriscar, que tá quase intrínseco nessa geração, parece atingir diretamente nossa personalidade. Resultado: Estamos em uma geração de inseguros, de perfeccionistas, de volúveis, de arrependidos, de estressados, de moldáveis à opinião alheia. Somos pessoas sem criatividade, sem personalidade, sem complacência e não sabemos nos virar. Nosso superego tá enorme! E eu me incluo nesse joio! Essa nova "ferramenta" social, com moderação, pode ser útil e boa, mas seu abuso é uma algema.